segunda-feira, 22 de março de 2010

Ocupação antrópica e problemas de ordenamento


 Ordenamento do território
Conjunto de processos integrados de organização do espaço biofísico, tendo como objectivo a sua ocupação, utilização e transformação de acordo com as capacidades do referido espaço.

 Ocupação antrópica
Ocupação de grandes zonas da superfície terrestre pelo Homem com consequente modificação das paisagens naturais.

 Risco geomorfológico
• Bacias hidrográficas erosão fluvial, cheias, exploração de inertes, etc.
• Zonas costeiras erosão costeira, pressão urbanística, etc.
• Zonas de vertentes erosão das vertentes, movimentos de massa, etc.

• Bacias hidrográficas
Totalidade da área cujas águas pertencem a uma mesma rede hidrográfica, isto é, ao conjunto formado por um rio principal e por todos os cursos de água que, directa ou indirectamente, debitam as suas águas nesse rio.

 Factores de risco geológico associados às bacias hidrográficas

• Cheias - aumento do caudal dos cursos de água, com elevação e extravase do leito normal e inundação das áreas circunvizinhas. Precipitações anormais, degelos ou rupturas de barragens são causas frequentes.
Medidas de prevenção:
 Ordenamento e controlo da ocupação humana dos leitos de cheias;
 Impedimento de construções e urbanização de potenciais zonas de cheia;
 Construção de sistemas integrados de regularização dos cursos de água com a construção de barragens.

• Barragens - construções transversais a um curso de água, ficando esta represada, criando uma albufeira.
Vantagens:
 Regularização dos caudais;
 Irrigação, abastecimento de água e produção de energia hidroeléctrica;
 Actividades turísticas e desportivas.
Desvantagens:
 Acumulação de sedimentos com perda de capacidade de armazenamento;
 Redução de detritos debitados no mar;
 Problemas de segurança;
 Impacto negativo nos ecossistemas aquáticos e terrestres da zona.

• Extracção de areias - remoção de sedimentos depositados no leito ou margens dos rios para fins de construção civil.
Perigos:
 Alterações nas correntes e outras dinâmicas do rio;
 Redução da carga sólida transportada pelas águas em direcção á foz;
 Impacto na fertilidade de espécies piscícolas, ao longo do rio;
 Modificações irreversíveis nos ecossistemas;
 Erosão de construções humanas (como os pilares das pontes).
Rio
Curso de água, superficial e regular, que pode desaguar num outro rio, num lago ou mar.

Leito aparente ou ordinário - sulco do leito por onde normalmente correm as águas e os materiais que elas transportam.
Leito de inundação ou cheia - espaço do vale inundável em época de cheias, quando o nível das águas ultrapassa os limites do leito aparente.
Leito menor ou de estiagem - zona ocupada por uma quantidade menor de água, por exemplo, na estação seca.

 Impacto geológico dos rios
Erosão extracção progressivas de materiais do leito e das margens por acção da pressão da água em movimento;
Transporte deslocação da carga sólida, isto é, de materiais na forma de fragmentos sólidos. Pode ser feita por salvação, rolamento ou arrastamento (detritos grosseiros) ou em suspensão na água (detritos finos);
Sedimentação deposição dos materiais, quer ao longo do leito, quer nas suas margens.

sábado, 20 de março de 2010

Identificação de minerais

Cada mineral possui um conjunto de características físicas e químicas específicas. A determinação das propriedades físicas de um mineral possibilita, normalmente, a sua identificação. Apesar da análise de algumas destas propriedades implicar o recurso a técnicas e equipamentos especializados, é possível distinguir os minerais mais comuns pela observação directa ou mediante ensaios simples, através da determinação de propriedades como a clivagem, a fractura, a cor, a dureza, o brilho e o traço.
Propriedades físicas

Entre as propriedades físicas mais utilizadas na identificação de minerais, podem destacar-se:

Ø Propriedades ópticas – cor, risca e brilho;
Ø Propriedades mecânicas – dureza, clivagem, fractura;
Ø Densidade.


Cor dos minerais

Idiocromático – mineral que apresenta cor constante.

Exemplos:

• Verde para a malaquite;

Alocromático – mineral que apresenta cor variável.

Exemplos:

• Quartzo – incolor, branco, róseo, violeta, amarelo ou negro.


Risca ou traço









- cor do mineral reduzido a pó;
- a cor do traço de um mineral não coincide sempre com a sua cor;
- diferentes variedades da mesma espécie mineral exibem sempre o traço com a mesma cor;
- o traço é uma propriedade constante, enquanto que a cor pode ser uma propriedade variável.

Exemplo: a pirite tem cor amarelo – latão e a risca é negra.


* Para se determinar a cor do traço, risca-se com o mineral a superfície despolida de uma porcelana. Método aplicável nos minerais com dureza inferior à da porcelana.




Brilho ou lustre

O brilho consiste no efeito produzido pela qualidade e intensidade da luz reflectida numa superfície de fractura recente do mineral.



Clivagem

- tendência de alguns minerais fragmentarem;
- devido à aplicação de uma força mecânica;
- segundo superfícies planas e brilhantes, de direcções bem definidas e constantes.

Fractura




- revela que todas as ligações são igualmente fortes, qualquer que seja a direcção considerada.
- as superfícies de fractura não se repetem paralelamente a si mesmas e podem apresentar diferentes aspectos.




Dureza


- resistência que o mineral oferece ao ser riscado (sulcado) por outro mineral ou por determinados objectos.

- é condicionada pela estrutura e pelo tipo de ligações entre as partículas e, por isso, pode variar com a direcção considerada.

- uma das escalas de dureza relativa mais conhecidas é a escala de Mohs, esta escala é constituída por 10 termos, colocados por ordem crescente de dureza, desde o menos duro, o talco, até ao diamante, que é o corpo natural mais duro que se conhece;

- qualquer mineral da escala risca todos os que estão abaixo dele, não sendo riscado por eles.

- um mineral é mais duro que outro se, e só se, o riscar, sem se deixar riscar por ele;




- dois minerais têm a mesma dureza se se riscam ou não se
riscam mutuamente;


- determina-se seleccionando-se uma aresta viva, com a qual se experimenta riscar os sucessivos termos da escala de Mohs;

- os termos da escala devem ser percorridos no sentido decrescente de dureza, para se evitar o constante desgaste dos minerais menos duros; quando não se dispõe de uma escala de Mohs, podem utilizar-se diferentes materiais.
Densidade


A densidade depende da dureza das partículas (átomos ou iões) que constituem o mineral e do tipo de arranjo dessas partículas.


Um dos métodos possíveis para avaliar a densidade consiste em determinar:

• O peso do mineral no ar – P;
• O peso do mineral mergulhado na água – P’.

A diferença P - P’ dá o valor da impulsão (I), ou seja, o valor do peso de um volume de água igual ao volume do mineral mergulhado.

A densidade relativa é calculada através da seguinte fórmula:







Propriedades químicas





Alguns testes podem ser utilizados para fazer o diagnóstico de minerais.
É o caso do teste do sabor salgado para a halite (NaCl) ou da efervescência produzida por acção do ácido clorídrico sobre a calcite.


A calcite e outros carbonatos reagem com o ácido clorídrico, fazendo efervescência devido à libertação de CO2 durante a reacção.